quinta-feira, 4 de abril de 2013

“Somos subdesenvolvidos no modo como nos relacionamos e esta dificuldade também se aprendeu...

“Somos subdesenvolvidos no modo como nos relacionamos e esta dificuldade também se aprendeu. E se a aprendemos quando éramos crianças, isso também quer dizer que podemos reaprender a fazer muito melhor agora que somos adultos.” 


É importante aprender a comunicar desde a mais tenra idade. 
A escola ensina as crianças a expressarem-se, a socializar, a ler e escrever. Estas funções são indispensáveis, mas não o suficiente para alimentar uma relação autêntica. Uma relação autêntica tem que ver com perguntar, pedir, dar, receber e recusar. Isto não é bem o que se pode aprender em sala de aula. É evidente que tudo isto está de certo modo implícito na educação escolar sendo, no entanto, muito dependente do interesse e desempenho de cada professor. Torna-se importante aprender formas que permitam a dois seres autónomos dialogar, expressando toda a sua individualidade apoiada pelos valores de cada um sem acusações ou represálias. Comunicação não é apenas socialização. Alguns professores promovem o sentido de relacionamento incentivando o aluno a participar num rol de atividades. Isto pode ser uma ilusão pedagógica. Em primeiro lugar, como é o relacionamento do próprio professor com o aluno? Quais são as expetativas que ele tem do que é uma boa maneira de relacionar-se? 

O que é que nós desejamos transmitir aos nossos filhos e alunos? Autonomia. 

Na aprendizagem relacional, são suficientes algumas ferramentas, sobretudo para distinguir o ser (identidade) dos comportamentos e os pensamentos das palavras. 

As crianças, como os adultos têm recursos surpreendentes. Para constatar isto, apenas precisamos de permitir-lhes que os explorem e coloquem em prática. Fazemos isto assegurando-lhes que nós temos confiança na sua própria capacidade de resolver os problemas. E assim ajudamo-los a metamorfosear-se para a fase seguinte das suas vidas conduzindo-os para uma maior autonomia que é no fundo o que todos queremos dos nossos filhos e alunos. 

Contudo é importante que professores e pais assumam o seu lugar. Ambos usam pedagogia, cada um no seu contexto, mas não são terapeutas. A diferença deve estar bem clara. Um professor pode, por exemplo, dizer a uma criança: 

- «Nós, professores, não estamos aqui para resolver os teus problemas, Fernando»; 

- «Nem para solucionar o facto de o teu pai ser alcoólico, Margarida»; 

- «Ou que a tua mãe goste mais do teu irmão do que de ti»; 

- «Nós estamos aqui para te propor uma outra maneira de comunicar, que fará com que tu possas vivenciar este problema de outra maneira. Como relacionar-te com os outros de modo diferente, de maneira mais responsável e autónoma, este é o objetivo». 

Podemos afirmar que, atualmente, alguns pais jovens sofrem de analfabetismo relacional, quando confundem as necessidades dos seus filhos com os seus desejos. E um dever de um pai ou de uma mãe é o de satisfazer as necessidades dos seus filhos, não os seus desejos. 

- Mãe, Pai, preciso de uns ténis novos! 

- Já? Bom toma lá quarenta euros e vai comprar uns novos à Decathlon. 

- Quarenta euros? Estás a gozar, eu quero uns Nike! – Aí, meu querido, entramos no terreno do teu desejo, e eu não estou obrigado a pactuar com isso. Os Nike custam três vezes mais caro. Eu não quero nem posso pagar essa quantidade e pergunto-me onde é que vais conseguir a diferença… 

Se a maioria dos pais tivessem sido educados através deste discernimento haveria muito menos violência em casa e nas escolas. Mas algumas crianças gritam mais alto: «Tu queres que eu pareça um saloio! Toda a gente tem uns Nike. E é assim que a maioria dos pais cedem. E até, quando um dos pais diz que não, o outro pensa “coitadinho”, e aí a lição sobre necessidade e desejo fica mais uma vez indefinida e adiada. 

Os nossos filhos não são anjos. Eles tentam dar a volta ao sistema para colocar as coisas a seu favor. Se nos posicionarmos claramente e com firmeza - «Eu esperava mais de ti. É a minha deceção. Não temas, eu não te confundo com a minha deceção. Eu vou prestar atenção a isto, que é meu.» E assim, desde esta perspetiva, colocamo-nos numa relação muito mais benéfica e criativa do que quando lhe gritamos ou o obrigamos a fazer as coisas. Seguramente já pudemos constatar que as crianças são abertas a tudo. Têm imensa curiosidade. E muitas vezes os pais e a própria escola saboteiam esses atributos através do excesso de normas ou até brutalidade. Uma boa maneira de olhar para a função da escola seria também a de um lugar de aprendizagem para futuros cidadãos e futuros pais. E então, o ambiente escolar será uma excelente oportunidade para resolver também o analfabetismo relacional. 

António Vieira                   (Texto inspirado no trabalho de Jacques Salomé)



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O formador: António Vieira, natural de Fátima e a residir em Leiria, é Master Practitioner 
e Trainer em Programação Neurolinguística, consultor em Panorama Social Mental, Coach com PNL, instrutor de Aikido e Tai-Chi Qi Gong. 

Mais informações: www.ippnl2.blogspot.com | ippnl.pt@gmail.com 
Mais informações: 244 04 2010 / 91 788 70 86

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