quarta-feira, 14 de agosto de 2013

SÓ PARA MORTAIS: (14/15) O nosso corpo sabe intrinsecamente que a ausência de movimento é a morte.



A situação ou tarefa inacabada, para Catherine, está em ligação direta com a sensação emocional. Segundo ela, as nossas estruturas mais arcaicas, o nosso famoso cérebro reptiliano, que ela própria chama o nosso crocodilo, sente muito bem as urgências a satisfazer entre todas as nossas situações inacabadas que, para ele, se traduzem em atentados contra as funções vitais: comer, beber, dormir em segurança, reproduzir-se, pertencer a um grupo, mexer-se livremente. O “crocodilo” da mulher anterior não alimentava nenhuma dúvida quanto à sua necessidade vital de abrir as suas asas, isto é de viver mais livre e desenvolver todo o seu potencial. O nosso corpo sabe intrinsecamente que a ausência de movimento é a morte. Então, ele informa-nos a intervalos regulares e à sua própria maneira: através de dores e mal-estares, sobre as zonas onde podemos ser ameaçados de paralisia. “Eu sufoco”, “não posso mais”, “sinto-me oprimido”, “sinto-me apertado”, “tenho os nervos em franja”, “sinto-me humilhado, tenho um nó na garganta ou as pernas cortadas, ou uma bola no estômago…Todas estas sensações são mensagens que assinalam uma tarefa ou uma situação que pede para ser realizada – que pode ser apenas de lembrar-se de respirar! O simples facto de reconhecer a mensagem já nos pode libertar. O nosso crocodilo vai abandonar a sua influência: a sua mensagem já passou, a dor desvanece-se. O problema é que esta esta informação, oriunda das camadas mais primitivas e vitais, pode entrar em conflito com outras informações vindas do córtex superior (neocórtex) que obrigam a pessoa a limitar as suas ações àquilo que que a sua memória já inventariou. «Respirar com liberdade, abrir as suas asas, sair dos caminhos conhecidos, libertar a sua criatividade, isso não se faz na minha família!» Inconscientemente, proíbo-me de realizar e completar a minha tarefa. As minhas estruturas superiores opõem-se aos impulsos vitais do meu crocodilo.

Infelizmente, esta não-vida pode tornar-se o meu terreno familiar, a minha zona de conforto e, por exemplo, posicionar-me eternamente no papel de vítima. Nalgumas pessoas, a própria ideia de sair desta situação desapareceu da sua imaginação, e é do coach ou do terapeuta a responsabilidade de lhes ensinar a ultrapassar a barra e a visualizar o inconcebível: respirar, escutar o seu desejo profundo, acabar a sua tarefa. Uma vez que se consegue isto, o resultado pode surgir de um modo espetacular e comovedor. Todos os traços da pessoa podem mudar: ela entreviu a perspetiva da sua própria libertação! Vem agora a segunda etapa: E o seu ambiente, a sua família etc., vão aceitar uma tal mudança? Desde uma primeira abordagem é evidente que não. Trata-se de estimular corajosamente a imaginação a ir um pouco mais longe: imaginar quais os benefícios que os outros teriam pelo facto de persistirmos no caminho novo. Algumas vezes o entorno, ele próprio, é demasiado rígido e então pode acontecer uma separação. Realizar as nossas tarefas mais importantes passa, às vezes, por um divórcio, uma mudança de trabalho, uma mudança de casa…Reencontrar a nossa liberdade, física, psíquica e espiritual tem um preço a pagar, mas é vital.»
(continua amanhã...)

PNL António Vieira 
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